A vida social e a vida online de um indivíduo têm suas diferenças. Nas redes sociais, a vivência é mais dinâmica, superficial e, muitas vezes, totalmente diferente da realidade. Isso acontece por conta de uma certa obrigação em mostrar satisfação e felicidade nas postagens.
Mesmo com essas questões, nos apegamos à nossa vida virtual. Inclusive, é cada vez mais comum que crianças e adolescentes expressem a vontade de trabalhar como influenciadores digitais no futuro ou iniciem suas carreiras antes de completar a maioridade.
Quando usadas de forma correta, as redes sociais podem trazer diversos benefícios. Porém, com a grande influência dessas plataformas dentro e fora das telas, os aplicativos acabam prejudicando a saúde mental de muitas pessoas.
Hoje, vamos falar sobre a relação entre redes sociais e saúde mental e explicar o impacto na qualidade de vida e no bem-estar dos indivíduos.
Qual a relação entre redes sociais e saúde mental?
A Royal Society Public Health, organização inglesa especializada em saúde pública, afirma que as redes sociais podem impactar os usuários de forma positiva e negativa. As consequências ruins são decorrentes de uma má gestão da vida online.
De acordo com o estudo divulgado pela instituição, alguns exemplos de comportamentos que podem impactar a saúde mental são:
- Quantidade excessiva de horas semanais dedicadas às redes sociais;
- Monitoramento à distância da vida de ex-parceiros;
- Desavenças online;
- Necessidade de se autoafirmar por meio dos perfis virtuais;
- Exposição exagerada da vida pessoal.
O site The Atlantic também divulgou um artigo mostrando que o uso excessivo das redes sociais pode estar relacionado ao aumento de casos de depressão e ansiedade ao redor do mundo.
O artigo aborda a vivência dos adolescentes, que já nasceram usando as redes sociais. É por isso que a relação deles com a internet é diferente em comparação com os millennials, que presenciaram o início da revolução tecnológica e a criação dos smartphones.
Por diversos fatores, os adolescentes são mais suscetíveis a vivências nocivas e aos impactos negativos das redes sociais. Além disso, o artigo também aponta que esse grupo é mais emocionalmente vulnerável por conta de seu estilo de vida e à grande exposição online.
É importante destacar que os mais velhos também podem sofrer com a relação entre redes sociais e saúde mental, mesmo que não da mesma forma que os mais jovens.
Sendo assim, o segredo é saber utilizar as plataformas digitais, mesmo que a vida de todos pareça estar tão conectada a elas.
Quais são os impactos das redes sociais na saúde mental?
Você se lembra que o Instagram removeu o número de likes nas postagens dos usuários em 2019?
Essa medida foi tomada porque os usuários estavam dando muita importância para a quantidade de curtidas que as postagens recebiam. Além disso, compartilhar seus momentos tinha se transformado em uma competição em busca da validação social.
Com isso, as imagens que mostravam momentos de felicidade, conquistas pessoais ou aquisição de bens materiais prejudicavam a saúde mental dos seguidores.
As causas desse problema estavam relacionadas a diferenças de estilo de vida, quantidade inferior de curtidas e a sensação de que a pessoa estava deixando a vida passar por não ter condições de aproveitar daquela forma.
Sendo assim, o Instagram reconheceu o problema e tomou a atitude correta. Porém, outros problemas persistem por conta da influência das redes sociais na saúde mental. Vamos explicar alguns deles abaixo:
Ansiedade
Uma das principais percepções dos usuários de redes sociais é que a grama do vizinho sempre é mais verde. Mostrar uma vida perfeita é uma das grandes habilidades de influenciadores digitais. Ao se confrontar com a plenitude de outras pessoas, o usuário pode se sentir ansioso.
Nesse caso, pensamentos relacionados à estagnação ou que seus esforços não estão sendo suficientes para alcançar determinado resultado podem acabar vindo à mente com facilidade.
Outro ponto que pode despertar a ansiedade é o excesso de notícias negativas e comentários desagradáveis nas postagens. É importante lembrar que nosso cérebro tem uma capacidade limitada, que não abrange a quantidade de informações que recebemos todos os dias.
Assim, estímulos prejudiciais acabam se transformando em um verdadeiro peso na consciência. Isso acontece não apenas no âmbito pessoal, mas também no coletivo, levando o usuário a ter pensamentos ansiosos sobre o futuro da sociedade e do mundo.
Autocobrança
A quantidade de dados, pesquisas, artigos, notícias, opiniões e fotos pode prejudicar a sua noção de produtividade. É aí que o usuário passa a ir atrás de suas metas de forma não saudável.
Essa força de vontade tóxica vem da premissa de que se os outros já conseguiram, porque você ainda não? Esse pensamento surge frequentemente na cabeça de profissionais e estudantes, levando ao esgotamento mental e físico.
Sensação de isolamento
Atualmente, é comum fazer amigos virtuais dos mais diversos lugares. Esse é um ponto positivo das redes sociais, que permitem encontrar pessoas com os mesmos interesses e construir laços com elas.
Mas, quando esse comportamento é praticado em excesso, pode aumentar a sensação de solidão na vida real. Consequentemente, o isolamento social acontece.
Ao se sentir mais amado e acolhido em comunidades virtuais, o indivíduo vai se dedicar mais a essas interações. Porém, é essencial dar atenção a pessoas próximas a você pessoalmente.
Medo de estar perdendo algo
Esse problema de saúde mental é classificado pela sigla FOMO (Fear Of Missing Out, ou medo de perder experiências, em português).
Quando o usuário passa muito tempo prestando atenção na vida dos outros, passa a ter a sensação de que está perdendo momentos importantes ou de não estar aproveitando a fase que está vivendo.
Por isso, é comum sentir tristeza por acreditar que não está viajando, amando, festejando ou trabalhando o suficiente.
Ao se deparar com esse sentimento, o indivíduo começa a planejar a vida que quer ter. Até alcançar esse novo objetivo, ele não terá paz. Aliada à pressão de viver intensamente, essa sensação pode desencadear problemas ainda piores, como a depressão, por exemplo.
Perfeccionismo em excesso
Usar as redes sociais de forma abusiva pode colocar uma pressão desnecessária para que o usuário se profissionalize, ganhe mais dinheiro, realize todos os sonhos e se transforme na melhor pessoa do mundo, ou seja, um ser humano perfeito e inalcançável.
Ao buscar tudo isso ao mesmo tempo, o indivíduo tem uma carga de sofrimento aumentada, pois não é humanamente capaz de conquistar tudo que deseja.
Obsessão pelo corpo e sedentarismo
Quando falamos na relação entre redes sociais e saúde mental, esses dois problemas andam juntos.
O sedentarismo ocorre porque a internet oferece entretenimento de forma fácil e prática, sem que o ser humano precise se mexer para consumir os conteúdos.
Por outro lado, a internet incentiva a busca pelo corpo perfeito, o que pode causar distorção de imagem corporal e distúrbios alimentares.
Conteúdos sobre dietas milagrosas são cada vez mais comuns. Porém, elas não levam em consideração aspectos essenciais para que o emagrecimento seja realmente efetivo, como tipo de corpo, metabolismo, histórico de saúde individual e valor nutricional de cada alimento.
Excesso de raiva
Por conta do anonimato e da distância física, as pessoas tendem a ter comportamentos online que não teriam na vida real. É por isso que algumas discussões simples acabam tomando grandes proporções nas redes sociais.
É nesse espaço que as pessoas também têm coragem de expressar opiniões desagradáveis. Dessa forma, é comum sentir raiva por causa da opinião de terceiros ou devido a comentários ofensivos. Ao confrontar essas situações, o indivíduo passa por ainda mais estresse.
Outra situação que acontece com frequência é usuários usarem seus perfis nas redes sociais para desabafar ou expressar opiniões diante de um acontecimento, sem se preocupar com quem vão ofender.
Depressão
Quanto mais um usuário dedica seu tempo para redes sociais, mais ele irá sentir raiva, inadequação, tristeza e frustração. Porém, pode ser que você também tenha esses sentimentos na vida real. Somando as duas realidades, sua mente pode se sentir esgotada.
Além disso, usar as redes sociais em excesso amplifica as emoções negativas. Essa situação prejudica seu bem-estar emocional, levando ao desenvolvimento de depressão, estresse e ansiedade.
O que fazer para evitar esses problemas?
As redes sociais podem ser usadas de forma positiva quando o usuário busca por entretenimento, informação e descontração. O uso se torna um problema quando as plataformas são o aspecto central da vida do usuário.
Para evitar que isso se torne um problema, é importante equilibrar momentos dedicados à vida real e à vida online.Ao conversar com um amigo ou familiar, pratique a atenção plena. Mantenha o foco na pessoa com quem você está interagindo. Com certeza, seu celular pode esperar.
Outra função incrível dos smartphones é permitir que os usuários registrem momentos importantes de suas vidas. Nesse caso, faça apenas algumas fotos ou vídeos e se dedique a aproveitar o momento no presente o máximo possível.
Ao se sentir sobrecarregado de informações ou interações nas redes sociais, ouça as necessidades da sua mente e dê um tempo para si. Nesse período, foque em atividades físicas e mentais que chamem sua atenção e pratique técnicas de relaxamento para descansar.
Por terem mais tempo livre, é comum que os usuários se dediquem mais às redes sociais no final de semana. Experimente ficar longe do celular nesse período para se desintoxicar de estímulos negativos e intensos.
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